#6 - Mangues da Amazônia: um projeto entre ONGs e a Universidade Federal do Pará
Mas antes, uma introdução ao Podcast Impacto Científico
O texto de hoje na verdade é um resumo do primeiro episódio do Podcast do Impacto Científico. Esse podcast tem como objetivo promover conversas inspiradoras com quem já atua na interseção entre a ciência e impacto socioambiental.
Desde que terminei o mestrado e conheci sobre o empreendedorismo social, tenho pensado em como unir essas duas “frentes” e ao longo do tempo conheci muitas pessoas que trabalham dessa forma, mas algumas vezes não se denominam assim. Também conheci pessoas que me questionaram como fazer isso, como fazer ciência com impacto social. E percebi que essas questões não eram muito claras pra ninguém, nem pra mim.
E esse é um dos principais objetivos do Impacto Científico: ser um espaço em que a ciência e o impacto socioambiental coexistem. É trazer pra cá exemplos de pessoas que já fazem isso. Pra mim não importa se a pessoa atua na universidade, na organização da sociedade civil, em um instituto de pesquisa independente, se tem doutorado ou não tem graduação. Pra mim o que vale é a intencionalidade. Se a pessoa é curiosa e tem como atuação profissional responder uma questão, solucionar um problema complexo da sociedade, e usa um método para isso, em que é possível replicar, analisar as evidências e tirar conclusões, portanto, essa pessoa faz uma ciência com o propósito de gerar um impacto positivo na sociedade. E são essas pessoas que eu quero conversar no podcast. Espero que gostem.
Uma conversa com John Gomes, cientista e empreendedor social do projeto Mangues da Amazônia
O John Lennon Silva Gomes é de Bragança (Pará, Brasil), formado em Engenharia da Pesca e mestre em Biologia Animal. Além do currículo acadêmico, possui uma ampla experiência no terceiro setor e atualmente está como gerente de projetos socioambientais no Instituto Peabiru. Neste episódio ele vai contar como ele propôs um modelo de parceria entre uma ONG fundada por pesquisadores do seu laboratório, com uma outra ONG com histórico de atuação na região e a pós graduação da Universidade Federal do Pará, para atuar com o projeto Mangues da Amazônia. Neste modelo, conseguem movimentar recursos para pesquisa científica, bolsas para pesquisadores em formação, além das atividades socioculturais com a comunidade. Hoje possuem 47 pessoas na equipe, sendo 32 bolsistas. O projeto Mangues da Amazônia tem como principal objetivo conservar o manguezal da região, para não ficar degradado, igual o resto do Brasil. Este projeto socioambiental e multidisciplinar possui três frentes: recuperação da área degradada (reflorestamento), educação ambiental (crianças e adolescentes de 4 a 16 anos) e cultura para a comunidade. Na conversa ele também comentou sobre os desafios e os pontos fortes em trabalhar com profissionais da pesquisa acadêmica e as demandas da organização de impacto social. No final, deixou um recado importante sobre a importância de valorizar os saberes tradicionais e como os grupos de trabalho de fora que chegam para estudar a Amazônia precisam considerar mais o que já é feito na região, com os nativos.
Um bom episódio pra você!